Oi queridos, tudo bem?
Tem um filme que eu adoro, com Russell Crowe e Marion Cotillard, chamado Um Bom Ano. Ele conta a história de um homem que trabalha na correria do mercado financeiro de Londres e que, após a morte do tio, herda uma propriedade de vinhos no sul da França. Ele chega decidido a vender tudo, mas acaba se apaixonando pela personagem de Marion e pelo estilo de vida simples da região: sem celular, trânsito ou a loucura da cidade grande. E assim, muda sua vida completamente.
Basicamente, tudo o que a gente sonha. Jogar os papéis pro alto e ir morar num vinhedo com um grande amor.

Enquanto isso não acontece, a gente vai construindo o nosso próprio bom ano com as oportunidades que vão aparecendo e com aquelas que a gente mesmo cria. Confesso que é esquisito eu chegar aqui e dizer que foi um bom ano na minha vida, quando certamente foi um ano terrível na vida de muita gente. Mas, com sua licença, leitor e leitora, quero compartilhar algumas coisas que aprendi e que fizeram deste ano especial para mim, bem diferente do ano passado. Nada grandioso, nenhuma descoberta revolucionária, apenas pequenas coisas que garantiram um ano bom, sabe? Porque talvez seja só disso que a gente precise: um ano em que todos terminem com saúde, paz de espírito e a cabeça tranquila para deitar no travesseiro.
Vem comigo, que alguns pensamentos podem te inspirar para o próximo ano. Ao longo do texto, destaquei várias palavras em roxo que são clicáveis e te levam a outros lugares, textos e reflexões. É a maior newsletter do ano, e vai valer a pena chegar até o final.
Me convenci a ir num retiro de yoga, mesmo não sendo praticante de yoga. Foi no fim de semana do aniversário da minha irmã e ela quis que, de presente, eu fosse com ela. E foi especial. Não pelos motivos óbvios, que talvez fosse: conhecer pessoas. O retiro foi tudo menos conhecer pessoas. As pessoas sempre falam: vai lá fazer algo diferente, vai ser bom para conhecer pessoas. Nesse retiro, entendi que nem tudo é sobre conhecer pessoas. Não consegui me conectar profundamente com ninguém ali a não ser com a minha própria irmã. Conheci a técnica do Yin Yoga, que fez meu pescoço relaxar como nunca, e passei um fim de semana num lugar lindo distante de São Paulo, mas não tão distante a ponto de eu ter que me planejar muito. Os ipês estavam floridos, fazia um friozinho gostoso. Isso me fez entender que às vezes a gente não precisa de tantas preparações para viver um fim de semana que descansa a nossa cabeça. É só ir. Mesmo que não seja a sua turma. Mesmo que não seja a sua prática. Vai.
Falando em exercício, esse foi o ano em que voltei à academia. E, se você que está me lendo, não voltou à academia, volte. Eu estava enferrujada há uns anos, fazendo apenas caminhadas de ruas, mas este ano retornei no pilates, musculação e escada. Eu nunca achei que fosse gostar do aparelho de escada, em que você fica subindo degraus sem rumo, mas ele é ótimo para suar muito e deixar as pernas e o coração forte. E para quem não tem mais joelho para corrida, ela preenche a falta que faz sair da academia com a camiseta molhada. Com essa trilha então….
Levei meus pais para Mendoza, no meu aniversário. E puxa, que viagem.
Visitamos vinícolas onde almoçamos embaixo de amoreiras com vista para os vinhedos, bebendo vinhos geladinhos. Pegamos um voo de 3 horas de São Paulo e chegamos numa cidade que parece interior. Mendoza é apaixonante e um parque de diversões para quem gosta de vinhos. E nos faz lembrar que os melhores momentos da nossa vida acontecem debaixo de uma árvore. Obrigada família, vocês foram a melhor companhia.
Quando foi a última vez que você almoçou embaixo de uma árvore?

Esse foi o ano também em que eu criei um podcast. E puxa, como é difícil manter uma newsletter, um podcast e um trabalho hahahaha. Mas tem sido especial demais me dedicar a ouvir com atenção a história de outra pessoa. E de outra pessoa que tem tanto a compartilhar. Pensar em perguntas. No que seria interessante para os ouvintes também. Nos nossos dias comuns, quando é que a gente senta por 1 hora para ouvir a história de outra pessoa? Isso para mim é ouro. E irei trazer mais ouros para vocês ano que vem, tanto em entrevistas como em reflexões sobre os dias. Obrigada a cada um que ouviu os episódios e vibrou comigo. Podcast Me faz Companhia segue firme no nosso 2025. Convido vocês a seguirem o podcast no Spotify para receberem um aviso a cada atualização por lá.
Tem algum projeto seu aí que está na gaveta? Será que já não chegou o momento dele acontecer?
2024 foi o ano em que não me relacionei com ninguém (amorosamente). Decidi tirar um sabático de tentar encontrar uma pessoa, um amor, companhia, ou qualquer que seja o nome. E não sei se isso é bom ou ruim, mas foi meu ano menos ansioso e o que eu consegui colocar mais projetos pessoais em ação.
Se preocupar com outras coisas é libertador, confesso. Não viver achando que está faltando alguma coisa. Quando você para de procurar e aceita que está tudo bem, parece que a vida chega e fala: “ufa, então bora cuidar da sua vida que tem um monte de coisa boa para acontecer”.
Digo que não sei se é bom ou ruim porque traz a clareza de que é possível viver muito bem sem estar num relacionamento ou em encontros sucessivos tentando achar a pessoa. O que pode nos fazer acostumar a estar assim e não se importar nunca mais com isso.
As decepções em relacionamentos ficaram tão previsíveis que eu estava me tornando uma pessoa previsível também. Decidi, esse ano, não ser previsível. Não ser a mesma pessoa de sempre, que se decepciona.
Fez falta um romance? Tá afim de um romance compra um livro, já diria aquela música.
Mas sim, em alguns momentos fez. Acho que sinto mais falta do desligamento do mundo real que se apaixonar faz com a gente.
Será que em 2025 haverá espaço para gente se apaixonar de novo?
Falando em se apaixonar, eu tô gostando muito de assistir a uma série nova da Netflix produzida pela Michelle Obama, chamada Amor sem Idade. Está sendo a minha diversão depois dos dias corridos de fim de semestre. Achei maravilhosa porque é uma produção focada em pessoas 60 + procurando relacionamentos. A gente aqui, com 30+, se vê num desânimo de incluir alguém na nossa rotina, e aí se depara com um pessoal que já casou, descasou, teve filhos, se aposentou e agora quer se apaixonar novamente após os 60. Isso é a prova de que a vida é movimento sempre. E o amor sempre vai fazer parte desse movimento. Assistam.
Na última semana, a Catedral de Notre Dame em Paris foi reinaugurada 5 anos após o incêndio que a destruiu quase que por inteira. E por que eu estou dizendo isso? Porque a gente volta a se levantar mesmo depois de um incêndio avassalador. Você, minha leitora e leitor, que eu tenho tanto carinho, se seu ano não foi bom, se foi dos piores, se foi aquele que você achou que nada fez sentido, vamos colocar os tijolinhos do zero. Resgatar uma energia aí do fundo para voltar a subir as paredes. Começar de novo mesmo. Vambora. Ah, mas e se pegar fogo outra vez? A gente limpa tudo e inicia quantas vezes for preciso.
Não se comprometa com grandes listas para o próximo ano. Eu gosto muito mais de estabelecer um objetivo real e ir tocando as demais coisas no paralelo. No meu 2023, minha meta foi pintar a minha casa, e deixá-la mais com a minha cara. Fiz e essa foi minha conquista. Em 2024, minha vitória foi ter mantido uma constância na academia. Em 2025? Tenho algo em mente que vou buscar, mas sem loucura, curtindo e respeitando o tempo da vida. Meu pai tem uma frase que eu gosto muito: o importante é estar sempre fazendo alguma coisa. Não importa se aos olhos dos outros não pareça grandioso. É a sua vida, e ninguém se importa, aproveite para fazer as coisas que você quer fazer.
Um novo bom ano para vocês, meus queridos.
Obrigada por me apoiarem nessa newsletter durante todo esse ano, assinantes pagos e não pagos ✰ esse espaço é feito com muito carinho.
Vou tirar umas férias do mundo virtual e da newsletter em dezembro, mas volto ano que vem com textos fresquinhos e novos episódios do podcast também. Me esperem :)
Sabia que você pode curtir esta newsletter?
É só apertar no ❤️ ao final deste e-mail, me dando assim um abraço virtual e indicando que você gostou do texto.
Deixei musiquinha ao final 🎶
E se quiser ler meus goles anteriores, tá na mão.
Para acompanhar seu gole
Dezembro. Tem mês mais maravilhoso do que esse? É só fechar a portinha do trabalho, abrir as embalagens dos panetones e jogar baralho com a família. Desejo flores em dezembro para vocês. Aproveitem.
Fiquem bem.
Um beijo,
Volto logo.
Clara Vanali.
Considere se tornar um assinante desta newsletter, gratuito ou pago, para apoiar meu trabalho como escritora. Muito obrigada :)
Sobre os Dias é uma newsletter da jornalista e filmmaker Clara Vanali sobre os sentimentos e emoções dos dias. Aqui você vai ler sobre sensações, vinhos e goles compartilhados, sobre riscos e superações, sobre conversas e experiências que deixam memórias.
Clara, só pra dizer que eu amo a sua news! Obrigada por escreve-la <3
Ótimas festas e até a volta!
Clarinha, lendo e me identificando muitoooooo..... retiro de yoga, um dia farei. Voltarei para academia 2a quinzena de janeiro, e não será somente promessa de Ano Novo, farei 2. Fui à Mendoza em 2023 e me apaixonei também. Adorei saber da Lagarde porque quero voltar lá. Farei 3. E a ideia do podcast foi sensacional, conversar com as pessoas, trazer o conforto da companhia, parabéns.... Obrigada pela dica da série Amor sem Idade, da Netflix. Assistirei. E espero que a gente se apaixone por muitas coisas e pessoas em 2025! Somos fênix! Vejo muitas flores em você, querida! Boas Festas e até o próximo gole!